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ABEX Futebol é destaque em publicação da Associação dos Executivos da Inglaterra (ASD)



A Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (ABEX Futebol) foi destaque no site da ASD, a Associação de Diretores Esportivos da Inglaterra (Association of Sporting Directors, em inglês), por seu trabalho de excelência realizado com os profissionais do país.

Recentemente, o associado da Abex Bruno Costa, diretor de scouting do San Jose Earthquakes (EUA), participou do comitê técnico da entidade europeia, estreitando os laços entre as associações.

Um dos fundadores da Abex, e atual presidente da entidade, Marcus Vinícius Beck, também foi destaque na matéria, apresentando sua visão do trabalho da associação no Brasil e os avanços alcançados desde sua fundação.

Confira abaixo a matéria traduzida na íntegra. Clique aqui para ler no Site.

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ABEX Futebol mostrando o caminho para os Executivos de Futebol

A Associação de Diretores Esportivos (ASD) recebeu recentemente Bruno Costa em seu Comitê Técnico, em um compromisso que irá aumentar a colaboração entre a ASD e a Abex. Costa e o presidente da Abex, Marcus Vinícius Beck, falaram com Colm Hand a respeito de seus trabalhos como Executivos de Futebol e diretores esportivos no país que mais produz jogadores no mundo.

Costa e Vinicius compartilharam suas experiências pessoais, desafios encontrados pelos membros da Abex e aspirações de crescimento do esporte em seu país.

A carreira de Bruno Costa se dividiu entre seu país natal, Brasil, e os Estados Unidos, onde ele atua hoje como Diretor de Scouting e Recrutamento na Major League Soccer (MLS), pelo San Jose Earthquakes. No entanto, os laços de Costa com o Brasil seguem muito fortes, com seu envolvimento proeminente com a Abex.

– Eu vivi nos Estados Unidos por cinco anos, entre 1995 e 2000. Frequentei o colégio no país e joguei futebol a nível de faculdade, enquanto estudava para receber meu diploma em Gestão de Esportes, que completei no Brasil – disse Costa, que completou.

– De volta ao Brasil, comecei a trabalhar como estagiário na Confederação Brasileira (CBF) e, após três meses, fui contratado para gerenciar as operações em categorias de base, o que fiz de 2001 a 2007. Durante esse período, também fiz um pouco de scout e fui responsável por organizar todas as viagens internacionais para nossas equipes. Foi uma grande experiência para se ter tão jovem.

Costa, então, deu seu primeiro passo a nível de clubes com um gigante brasileiro: o Fluminense, em 2007.

– Fui ao Fluminense para ser coordenador da base e auxiliar do diretor de futebol. Fiquei lá por quatro anos, que foi o período em que vencemos o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

– Depois, passei um ano no Figueirense, também como coordenador de base, antes de voltar à CBF como observador técnico das Seleções de base, que também incluiu scout para a Seleção principal. Foi uma oportunidade fantástica que me levou a um total de quase 10 anos na CBF. Mas eu sempre tive o desejo de retornar aos Estados Unidos, devido ao crescimento do esporte aqui.

– Eu voltei aos Estados Unidos para ser gerente de futebol do Fort Lauderdale Strikers, na segunda divisão, antes de me juntar ao San Jose Earthquakes como diretor de scouting, onde estou a seis anos – finalizou Costa.

Já o presidente da Abex, Marcus Vinicius Beck, foi um dos membros fundadores da associação e possui vasta experiência no futebol brasileiro, trabalhando para clubes em todos os níveis esportivos, em uma das maiores pirâmides futebolísticas do mundo.

– Possuo uma formação em psicologia, e comecei a trabalhar em 2000. Pouco depois, recebi um convite para trabalhar como gerente de futebol do Paraná, na Série A do Campeonato Brasileiro. De forma similar ao Bruno, estou constantemente nessa área por mais de 20 anos – disse Marcus.

– A paisagem do futebol no Brasil é vasta. Temos 27 estados e também clubes regionais. Eu moro no estado do Paraná, na região Sul, e no início de minha carreira trabalhei por muitos clubes menores, nos quais você precisa realizar muitas tarefas cotidianas. Em 2013 trabalhei no Criciúma, onde conquistamos o acesso à divisão de elite, o que foi incrível. Mas minha experiência se deu em clubes de diversas divisões – completou.

Ocupando o cargo de gerente de futebol por mais de 10 anos, em vários níveis do esporte, a rede de contatos de Marcus se ampliou, e sua relação com a Abex estava formada.

– Foi em 2013 quando conheci o Cicero Souza e o Ocimar Bolicenho, que são os fundadores da Abex. E nos tornamos grandes amigos. Foi assim o meu primeiro envolvimento, eventualmente me tornando um membro da diretoria, vice-presidente e, agora, presidente. Tanto eu quanto o Bruno somos membros da Abex desde sua fundação, e têm sido ótimos 11 anos.

Nós acompanhamos, pela ASD, as pressões da função e ambiguidade dela, bem como o crescimento da atenção da imprensa nessa posição. Muitos dos desafios experimentados são os mesmos em ambas as associações, com o network e os cursos de formação atuando de forma forte no desenvolvimento dessa profissão. Sobre isso, a Abex vem trabalhando muito próxima à CBF, os Deputados e Senadores para melhorar as condições de seus associados.

– Um de nossos maiores desafios é que há uma crescente pressão na função do Executivo de Futebol no Brasil. Vimos muitos colegas perdendo seus empregos devido a maus resultados, então nós queremos melhorar as regulações e o reconhecimento desse trabalho. Nas leis brasileiras, a função de Executivo de Futebol será oficializada e regulamentada. Isso é algo que trabalhamos a quatro, cinco anos.

– Outro desejo nosso é o de continuar a providenciar uma rede de contatos na qual nós possamos nos ajudar e ajudar aos outros. Estamos criando situações nas quais, no caso de uma eventual saída de um profissional da Abex de um clube, ele possa indicar o seu substituto em outros membros da Associação. Vemos esse nosso impacto com um grau altíssimo de confiabilidade. Até o ano passado, os clubes estavam muito politizados em suas eleições, que aconteciam a cada dois ou três anos, resultando em grandes mudanças estruturais. Agora, já há uma mudança e esses clubes operam em uma forma mais “empresarial”. Isso irá garantir uma estabilidade maior e a regulamentação de nossa função – completou Marcus.

As experiências de Costa com as categorias de base e o futebol nos Estados Unidos desempenharam um papel fundamental na inclusão de diretores de base na Abex.

– A Abex foi fundada em 2011, e me tornei um membro de cara após a primeira reunião. Meu primeiro envolvimento forte veio em 2012, quando incluímos os profissionais em categorias de base, com o objetivo de atuar como um funil na Abex – disse Costa.

E essa filosofia também é aplicada na ASD, que afirma: “Nós miramos não apenas atender aos principais gestores esportivos, mas também para a próxima geração de profissionais. Como os diretores em categorias de base também se destacam nesse funil para se tornarem gestores em equipes principais, era relevante para a ASD apoiá-los nesse caminho”, nas palavras do CEO da Associação, o Dr. Dan Parnell.

A Abex também oferece qualificação para os gestores esportivos e outros membros, e até mesmo Marcus e Bruno já atuaram como professores em diversos cursos da CBF.

– A iminente regulamentação da profissão também é um dos motivos pelos quais trabalhamos para entregar a melhor qualificação possível para os gestores. Fizemos uma parceria com a CBF e criamos o curso de Executivo de Futebol. Nós o nomeamos dessa forma porque queremos manter como um reconhecimento aberto a todos os profissionais da área, não apenas os diretores de futebol. Dessa forma, incluímos nessa nomenclatura os gestores da base, scouts, e etc. Nosso principal objetivo é ter gestores licenciados e reconhecidos pela CBF em clubes nos próximos três a quatro anos – disse Marcus.

– A principal razão pela qual a CBF criou o curso foi ter o apoio da Abex com alguns de seus membros, incluindo eu, atuando como professores. Nós já tivemos entre 150 e 200 Executivos de Futebol passando pelos cursos, e até nós o fizemos, mesmo já atuando como professores. Isso estreitou muito nossa relação com a CBF.

– Então, em essência, nós temos em um lado essa qualificação em cursos e, do outro, esse trabalho com o governo do país para que a função seja reconhecida. São duas mãos quando falamos do trabalho de regulamentação, e elas trabalham lado a lado – finalizou Marcus.

Essa atuação possui similaridades comparada ao trabalho e evolução da ASD: “A Associação já está envolvida com uma educação de primeiro mundo, e já conseguiu mostrar isso recentemente, quando Mike Rigg e eu nos juntamos a colegas da Associação de Futebol da Coreia (KFA). No entanto, com nossos parceiros da Ahead in Sport, anunciaremos novas oportunidades educacionais nos próximos meses”, disse Dan Parnell.

A Abex espera usar sua experiência para beneficiar os membros da ASD, com Costa e Marcus enxergando essa oportunidade como um marco: os maiores produtores de jogadores de futebol do mundo trabalhando de forma conjunta com os diretores e profissionais de alguns dos maiores clubes do planeta.

– Nós vivemos em um mundo globalizado, no qual o compartilhamento de informações é extremamente rápido. Não preciso nem dizer que o futebol inglês e a Premier League, principalmente, são extremamente conhecidos em todo o mundo. E também em sua estruturação de negócios e recrutamento de atletas, acreditamos que a Abex pode aprender muito com a ASD – disse Marcus, que completou:

– Como Associação, estabelecemo-nos antes da ASD e já vivemos muita coisa. Podemos compartilhar muito de nossa jornada. O Brasil é um país no qual o futebol é quase uma religião, e somos o principal exportador de atletas no mundo. Temos um grande número de bons gestores esportivos no país, já que muitos aprendem a atuar em diferentes situações e pressões, além do lado político do esporte. Podemos compartilhar muita experiência nesse relacionamento entre as Associações.

Com seus membros espalhados em diversas divisões e uma potencial mudança na forma de organização do campeonato nacional, Marcus enxerga a parceria como uma oportunidade fantástica para ajudar no desenvolvimento dos membros da Abex.

– O campeonato nacional tem quatro divisões profissionais e um total de 124 clubes. Mas temos mais de 700 clubes profissionais no país, atuando em campeonatos estaduais. Entender como nossos clubes menores funcionam também é importante para nós, já que muitos atravessam fases difíceis. Suas experiências podem trazer grande troca de conhecimento entre nossos membros. Então, até para esses associados e clubes, a ASD pode colaborar muito na base da pirâmide futebolística. Muitas das realidades da função são similares.

– A CBF organiza o Campeonato Brasileiro, e agora há conversas sobre a criação de uma liga independente, mas isso já acontece há muito tempo. Há um novo presidente na CBF, Ednaldo Rodrigues, e houve recentemente uma reunião entre os clubes das quatro divisões, sobre o apoio que pode ser oferecido. Há uma grande movimentação acontecendo e teremos a necessidade de ter muitos gestores esportivos com a mentalidade e o desenvolvimento corretos à frente dos clubes, e atuando da melhor forma. Acho que esse é o objetivo para ambas as Associações, ter melhores gestores e um melhor futebol – finalizou Marcus.

Para a ASD, a parceria permite que a organização continue suprindo suas metas: “A ASD busca oferecer um suporte constante e de alta qualidade, trazer notícias e conexões aos gestores esportivos no futebol profissional. Nossos membros são incríveis e importantíssimos para criar esse ambiente inclusivo e pioneiro para que os líderes apoiem, conectem e desenvolvam. Para ajudar nossos membros a se preparar para os desafios futuros do esporte, precisamos trabalhar com pessoas novas, com novas experiências, ideias, inovações e conhecimentos. Dessa forma, nos juntarmos a uma organização há muito estabelecida, madura e profissional como a Abex, irá enriquecer o conhecimento de nossa rede de colaboradores e trará muito valor ao que estamos tentando alcançar”, disse Dan Parnell.

O conhecimento de Costa na MLS, seu network e experiência, também formam uma conexão importante em um país em que o futebol continua a crescer de forma constante, e que irá ser sede da Copa do Mundo de 2026 (junto com Canadá e México).

– Para mim, trabalhar na MLS forma um link muito importante entre o que está acontecendo aqui, no Brasil e na Inglaterra. Temos outros gestores trabalhando na MLS e, mais além, como o Edu Gaspar, que é membro da Abex. Uma grande proporção de nossos principais clubes no Brasil possui nossos membros em seu quadro de funcionários. Como, por exemplo, o Cícero Souza no Palmeiras, o Rodrigo Caetano no Atlético Mineiro, o Paulo Angioni no Fluminense, entre outros. Então, a Associação possui uma voz ativa nas decisões que acontecem no futebol brasileiro – disse Bruno.

– Portanto, se unir à expertise do futebol brasileiro em negociações, relacionamento, recrutamento, metodologia e conhecimento será proveitoso para ambas as partes. O maior exportador de atletas do mundo e uma das maiores ligas do planeta, trabalhando lado a lado.

– Eu sei como essa relação pode ser importante e sou muito ativo no que diz respeito ao futebol em nosso país, já que quero ajudar. Ter o Marcus Vinicius como nosso presidente, uma pessoa aberta a novas ideias, é muito importante também – finalizou Bruno.

É evidente que a Abex viveu muitos dos mesmos desafios que os membros da ASD. A importância de construir essa rede de contatos, para apoiar os outros, além do investimento em educação, são alguns dos principais pontos do trabalho da Abex, que também se alinham com as metas da ASD. Bruno Costa se juntou ao nosso Comitê Técnico, e há uma fantástica oportunidade de construir uma relação maior entre os membros das Associações.

O artigo foi escrito por Colm Hand, estudante em busca do MBA em Football Industries na Universidade de Liverpool.